Caiu um asteroide na terra e, agora, teremos uma depressão como em 1929?

Caiu um asteroide na terra...

Imaginem um filme de ficção científica. Todos dormem e, de repente, um asteroide cai na terra trazendo um vírus do além, vírus desconhecido pelos humanos. No dia seguinte, toda a humanidade está presa em suas cavernas, ops, em suas casas. O que seria o dia de amanhã? Fábricas vazias, estoques parados, vendas zeradas. E aí o filme continua. Metade dos habitantes da terra saem para trabalhar, enfrentando o inimigo. São os nossos soldados de guerra, os produtores de bens e serviços essenciais para a nossa sobrevivência, os médicos e cientistas para combater o inimigo estrelar, os caminhoneiros, os motoqueiros e todos aqueles necessários a um mínimo de normalidade. E quem comandava toda essa equipe, eram os governos federais, estaduais e municipais, nem sempre de forma coordenada.

Diante desse cenário de um filme de ficção científica, alguém poderia descrever o final dessa história? Ninguém sabe. Vai depender de muitos fatores. Existe um cenário positivo, o vírus morre na terra em um curto espaço de tempo. E um cenário negativo, o vírus resiste. No primeiro, tudo está resolvido, teremos algumas perdas, mas a vida volta rápido ao status quo.

Já no segundo cenário, tudo é incerto.

Caso o vírus persista por um tempo longo, vamos ter um mundo muito mais pobre que o padrão existente por um bom tempo. Mesmo com a volta ao trabalho de forma seletiva e gradual, a vida econômica será um desastre. E já está sendo. Nos Estados Unidos, 20 milhões de desempregados em menos de 30 dias. Recorde negativo desde 1929. Petróleo sendo vendido a preços negativos, podem acreditar, as refinarias estavam pagando pra levarem o ouro negro semana passada porque não tinham mais como estocar. Vendas no comércio caindo 60, 70, 90 %. Indústrias, serviços, construtoras paradas. Quebradeira de muitas empresas é eminente. Falta de dinheiro para estados e municípios pela queda de arrecadação. E isso acontecendo em escala mundial. Em todos os lugares ao mesmo tempo. Uma ruptura dessas não se cura com dinheiro impresso pelo governo, nem endividamento central, nem uma volta capenga da economia. Infelizmente muito tempo vai ser necessário. A vida não é como a gente gostaria que fosse e ela será bem mais desafiadora por um bom tempo. Infelizmente estamos com um problemão que veio do além e que nos desafia como em outros momentos de grandes guerras e outras pandemias. O que podemos fazer para evitar isso? Como fazer pra não entrarmos em uma depressão como a de 1929 -1933 nos EUA. Naquele momento, houve queda de 30% no PIB, desemprego de 25% da população, indústria produzindo 50% da pré-crise, renda do trabalhador em queda livre (30%), deflação de preços e uma década perdida em um ciclo vicioso difícil de quebrar. A reposta é difícil e é fácil ao mesmo tempo. A resposta é TRABALHO. Muito trabalho. Mas como evitar o colapso das empresas e do trabalho. Aí a grande questão e dificuldade. Minha sugestão é criar o NEW DEAL à brasileira. Tudo começa por política. Uma coordenação muito eficiente do governo central com os regionais. Com entendimento, com consensos, com liderança, com ciência e tecnologia. Com protocolos de uma nova forma de trabalhar. Com respeito a esses protocolos e ao distanciamento, para que tanto os funcionários e os clientes se sintam seguros para trabalhar e comprar. Não adianta as lojas abrirem, mas os clientes não se sintam encorajados para ir aos pontos de venda.

Precisamos de muita inteligência humana nesta hora. Vamos nos focar no que somos excepcionais, superação em tempos difíceis. E sim, com muita intervenção do Estado nesse momento. Dinheiro impresso pelos bancos centrais, gastos públicos pra sustentar o grande número de desempregados (mas com data de validade – 2021). Muito dinheiro nos bancos para oferecer empréstimos baratos às empresas em dificuldades. E sem esquecer das reformas tão necessárias à sustentação do crescimento. E por último e não menos importante, reduzir o tamanho do Estado pós-pandemia para se concentrar na segurança, educação e saúde da população. Tudo isso inscrito no nosso New Deal brasileiro para evitarmos uma repetição de 1929. A grande notícia é que eu acho que vai dar certo, vamos superar como sempre foi nas grandes crises. Muita coisa já está sendo feita. O governo federal tem um craque na economia. Paulo Guedes é o economista dos economistas. “O Professor” como é chamado no ministério. Vai ser duro, demorado, mas que venha o futuro, que a humanidade seja vencedora mais uma vez e que a história explique o 2020!

Fernando Garbarski
Diretor Impresul Gráfica E Editora